quarta-feira, 11 de julho de 2012

O Retorno - 08/03/2002



          Thomas Edison, o inventor da lâmpada elétrica entre outras coisas, afirmou que um gênio é o resultado de 1% de inspiração e 99% de transpiração, querendo dizer com isso que não basta uma boa idéia. É preciso suar a camisa para conseguir a sua viabilização.
          Nessas últimas semanas, não tenho conseguido alguma idéia para essas crônicas, e nem a transpiração conseguiu algum resultado, pelo menos digno, de se tornar público. Nesses tempos de pouca leitura e menos ainda cultura, a palavra "crônica" está mais relacionada com "doença crônica", aquela da qual não conseguimos nos livrar, que não se cura e permanece conosco vida afora. Quem dera o ato de escrever crônicas também fosse assim, permanente. Tem dias que as idéias não vêm e aí, coitado do cronista. Entre a dúvida de publicar algo que não me agradou ou então esperar as idéias chegarem, optei por esta última, até por ser mais fácil... Também não adianta forçar a barra.
          Você que me lê, deve estar se perguntando: Então o bloqueio acabou e hoje vamos ter crônica?". Ao que respondo: Ainda não, ainda não veio uma luz para a crônica. Ma s hoje acordei por volta da 5:30 h. com o seguinte trecho na cabeça:


                              Falha eu sou
                              mas falha feita de novo
                              Filho eu sou,
                              mas filho feito de novo
                              Folha eu sou
                              mas folha feita de novo
          Bem, isso está mais para poesia. E já veio com o formato pronto. assim, não vamos desprezar os ventos da inspiração e, mesmo que ainda falte transpiração, ainda que haja carência de "engenho e arte", como diria Camões, vamos à poesia resultante:

Folha eu sou
mas folha feita de movo
do fundo da terra
a raiz de uma árvore buscou
os elementos que um dia
a natureza tirou
do que foi um vegetal
e os quatro elementos,
água terra fogo e ar,
tiveram que transformar
em elementos primários
que alimentaram a semente
que virou uma árvore
cujos galhos estão cheios de folhas.
uma dessas sou eu
uma folha feita de novo,
que se alimentou de outras folhas
uma folha que é precursora
de outras folhas que virão.

Filho eu sou
mas filho feito de novo
não era filho quando nasci,
só me tornei filho quando cresci
depois que tive meus filhos
e descobri que ser pai é mais
do que dar vida a alguém.
é esse terreno difícil
que temos que caminhar.
e ensinar o ofício
quase impossível de amar.
Hoje eu sou um filho que é pai
um filho que o mundo fez,
um fruto colhido de vez
Filho feito por meu pai,
filho feito por minha mãe,
filho feito por mim.

Falha sou
mas falha feita de novo
um ser humano imperfeito
com perguntas novas
para velhas respostas
um ser feito de falhas,
a marca da humanidade,
mas que se renova,
se move, se aperfeiçoa
que vive trocando as folhas
numa eterna batalha diária
em busca da perfeição.
          Assim, recomeço novamente à produção de alguns escritos. Ë poesia? É crônica? Tem valor? Precisa de mais transpiração? Gostarão? Não sei. Sou uma dúvida ambulante. Mas como dizia o Chicó "Só sei que foi assim". Saiu. E agora o resto é com vocês.
                    Um abraço para quem me lê.

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