Segunda feira passada foi feriado aqui em Itaú. Foi o primeiro ano que o dia da padroeira de nossa cidade, Santa Terezinha, foi considerado feriado. No ano passado o dia foi comemorado como ponto facultativo. Isso quer dizer que agora podemos incluir mais este dia para esperarmos com uma certa ansiosidade. Sinceramente não entendo como que os dias de trabalho é que sejam considerados "dias úteis" se aproveitamos muito mais os dias que não trabalhamos.
Bem, mas este foi um feriado do jeito que a gente gosta: plena segundona, para poder emendar com o final de semana e o melhor é que só era feriado aqui. Bom portanto, para poder exibir para os "coitadinhos" que tinham que trabalhar nas outras cidades. Em causa própria, fiquei com pena daqueles que como eu, morando em Itaú trabalham em outra cidade. Tivemos que passar o dia com água na boca, sabendo que nossos conterrâneos estavam no bem bom e nós, na luta.
Foi o dia ideal para um dos programas que o itauense mais gosta: ir a Passos. Com o pessoal de Itaú de folga e as lojas de Passos abertas, os consumidores de plantão aproveitam. Na região do comércio, o que mais se vê são itauenses em atividade. Bom proveito, pessoal. Em tempos de economia de livre mercado, o que se deve procurar é levar vantagem em tudo, cerrrrto?
O dia da padroeira foi comemorado com várias cerimônias religiosas e com o foguetório que já está se tornando figura obrigatória em qualquer festa nesta cidade. Pressinto o dia que até em batizados e velórios ouviremos o espocar dos fogos (alguns até mereciam). Logo nossa cidade poderá deixar de ser conhecida como cidade do cimento para ser a cidade dos foguetes. Ô povo fogueteiro sô! Uma fábrica de fogos que se instalasse aqui teria sucesso garantido. O consumo per capita está alto. No dia da santa não foi diferente e várias baterias foram ouvidas durante a noite.
O outro assunto de hoje é ainda a guerra dos Estados Unidos contra nem sei quem. Logo após os atentados do World Trade Center, trabalhei com meus alunos este assunto lendo reportagens com eles e promovendo debates. Naqueles primeiros dias, o que os meios de comunicação mais faziam eram alardear o perigo da terceira guerra mundial e eu notei nos meus alunos o medo disso. Argumentei com eles que seria muito difícil uma nova guerra mundial, pois guerras envolvem países e nesse caso, não havia um país a ser combatido. O inimigo são os chamados terroristas, sem um país definido e com um a localização duvidosa. Nos anos sessenta no Brasil, quando existia resistência ao golpe militar de 64 e eles também eram chamados de terroristas, a principal tática dos grupos era que cada membro não conhecesse muitos militantes, pois se alguém fosse preso, não teria como delatar muitos companheiros e a organização poderia continuar existindo. Hoje, qualquer pessoa de bom senso percebe que os Estados Unidos não estão promovendo uma guerra, mas sim uma perseguição contra os grupos contrários a eles. É fácil notar também que mesmo eliminando bin Laden (e este é o objetivo principal dos EUA), não estaremos livre do terrorismo. A Paz só virá com um mundo justo, com a liberdade e com a eliminação dessa extrutura que permitie que alguns países queiram ditar normas para outros. Rubem Alves, em uma crônica escrita depois do atentado nota como a face de bin Laden não se parece com a de um louco, e sim com a de um santo. Observe. Ele pode vir a ser considerado um herói e, se for morto, como um mártir, arrebatando mais seguidores.
Voltando aos meus alunos, houve um chamado Neílson de treze anos que estava muito temeroso pela guerra. A ele afirmei categoricamente que a guerra não viria. Bem, todo dia ele costuma ver os jornais e vir cobrar minha previsão. Como pode não ter guerra se a mídia vive afirmando que os EUA estão se preparando, enviando tropas e vociferando suas ameaças?. Ele acha que eu me enganei e que ainda corremos riscos de um conflito de grandes proporções.
Num dia desses ele estava me contando que no dia da padroeira, como não havia aula, ele estava tranquilo em casa, sozinho e assistindo televisão quando começou o noticiário e o assunto foi a guerra prestes a começar. Ele se envolveu com o assunto, com suas preocupaçòes e de repente começou a ouvir estrondos fortíssimos. Assustado, nem pensou duas vezes. Saiu correndo para a rua pensando em procurar um abrigo, pois a guerra havia começado. Ao chegar na rua e olhar para a direção daquele barulho ameaçador respirou aliviado. Era só os fogos de artifício comemorando o dia de Santa Terezinha.
Rogai por nós, Santa Terezinha, para que a razão e o desejo de paz fale mais alto no coração dos homens. Amém
A respeito do terrorismo:
1) Não será um ato de terrorismo tirar o sossego, a esperança e a crença de jovens que mal começaram a viver?
2) E o Jader Barbalho, hein? Não é só um ou mais aviões jogados sobre prédios que matam inocentes. Quantas vidas poderiam ser salvas com o dinheiro desviado por este senhor. Que eu saiba, bin Laden não lucrou um só centavo com seus atos. Tem mais terrorista por aí do que a gente quer ver...
Ronaldo Amorim Teixeira é funcionário público, professor de Português e acredita na paz. Comentários são bem vindos. Ronaldoat@yahoo.com
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