Mais Médicos
Ronaldo Amorim
Contra todas as
expectativas e torcidas dos pessimistas, a inflação no Brasil está sob
controle, resistindo a cada crise, a cada tentativa de desestabilização que
passa.
Mesmo com toda
torcida, manipulação e jogo sujo, a Presidenta Dilma recupera sua popularidade,
conforme indicam as recentes pesquisas Ibope e Datafolha.
Quando as
pessoas saíram às ruas para os protestos, muitos torceram para que o governo do
PT caísse e comemoraram a queda de popularidade de um governo que vem dando
certo desde a primeira eleição de Lula. É claro que temos problemas, mas também
temos soluções.
Uma das queixas
levantadas nos protestos de rua foi a corrupção política. E Dilma aproveitou
para levantar a tese da reforma política. Outro questionamento mais do que justo
foram por melhorias na saúde, e Dilma criou o Programa Mais Médicos, uma
simples e óbvia: levar profissionais da saúde para onde falta. Apesar da reação
contrária de uma elite, o Programa vem avançando. Acho que esse é um dos
fatores que estão devolvendo popularidade à Dilma.
O programa é
justo, ofereceu salário e preferência para os médicos brasileiros. Um salário
que é o sonho para a maioria da população brasileira. Pela metade do valor,
conheço muitos professores que iriam para qualquer cidade que fosse necessário!
E depois de dar
chance aos médicos brasileiros que se interessaram, o Brasil abriu as portas
para médicos estrangeiros e brasileiros que se formaram no exterior, e é nesse
momento em que nos encontramos.
Tem duas coisas
que não entendo nessa situação. A primeira é a campanha que setores estão
fazendo (inclusive da classe médica brasileira) para que o programa não dê
certo. Ou até entendo, já que não são eles que estão nas pequenas cidades ou na
periferia, sem acesso à saúde. Médico tem médico, tem plano de saúde. Quem
precisa de médico público é o povão. A elite concorda com a importação, desde
que seja de carros, equipamentos e luxo para sua vida. Se for importar
profissionais que nem vão fazer concorrência (pois ocuparão vagas que ninguém
quis), aí não pode... Aí ficam procurando chifre em cabeça de cavalo, para
serem “do contra”. Quando se tratam de importar produtos chineses de alta
tecnologia, ou suas roupas de marca, ninguém fala nas condições de trabalho a
que estão submetidos os trabalhadores. É engraçado, quando até recentemente,
todos se indignavam com a maneira como eram tratados dentistas brasileiros
impedidos de trabalhar em Portugal e Espanha, agora vemos, alguns aplaudem,
patricinhas brasileiras hostilizando profissionais dignos que deixam e seus
países ão entendo porque para atenderem pessoas de baixa renda no sistema
público de saúde. Vejo poucos protestando contra maus médicos (ainda que sejam
poucos), que, conforme mostrado insistentemente nas reportagens do SBT, batem
ponto em hospitais públicos, mas não trabalham lá. Ganham o dinheiro público e
vão para seus consultórios particulares.
A segunda coisa
que não entendo é porque “a voz rouca das ruas”, “o gigante que despertou” não
esteja buscando e apoiando as soluções. Talvez porque protestar e por defeito
seja mais fácil. Talvez porque os interesses sejam outros.
Mas tem uma
coisa que eu entendo: a verdade aparece sempre e, para quem precisa, as soluções
estão vindo. Para mostrar isso, não é preciso protestos nas ruas, mascarados e
ou vandalismo. Basta ver que a popularidade da Dilma volta a crescer.
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