quinta-feira, 11 de abril de 2013

O horror, o horror* - 29/03/2013

Ronaldo Amorim
Está cada dia mais difícil assistir os canais abertos de tv. Tento me desviar da eterna mesmice das novelas, sejam elas juvenis ou adultas. E agora ainda temos a infantil Carrossel... Ou seriam todas infantis com seus enredos simplórios, seus erros de continuidade e seus personagens previsíveis???
De posse do controle remoto, fico zapeando entre os canais, procurando algo que assistível. Nada. Meu último refúgio eram os telejornais, mas está nojento assistir aos jornais. A crueldade do mundo e seus crimes invadem nossa vida pelas notícias cotidianas. Quantas tragédias!!! Nem adianta evitar aqueles jornais sensacionalistas, cujo objetivo é mesmo nos chocar ou atrair pela barbaridade enquanto falsos moralistas fingem se revoltar contra as tragédias das pessoas. Não tenho estômago para aquelas palavras.
Há algum tempo, ainda havia jornalismo sério, que evitava essas matérias sangrentas, mas parece que não resistiram e mesmo o tradicionalista Jornal Nacional se rendeu à barbárie.  Me parece que o marco divisório foi o assassinato de Isabella Nardoni em 2008. De lá pra cá, ficou impossível assistir aos telejornais. E a coisa vai piorando.
Sou uma pessoa extremamente contra a censura, mas não acredito que possa ser considerada liberdade de imprensa essa transmissão sanguinolenta que se derrama em nossas salas. Assim como existe uma proibição de propagandas de bebidas ou cigarros em determinados veículos e horários, assim como é proibido fazer propaganda de drogas ilícitas ou armas, acredito que também deveria haver uma limitação de horário para essas notícias. Parece que essas notícias têm funcionado como propaganda para que atitudes cruéis e crimes bárbaros tornam-se cada vez mais comuns, mesmo em nossas cidades pequenas.
Os filmes, as novelas, apresentam ao se iniciarem a classificação etária, desaconselhando que menores de certa idade assistam determinados programas por conterem cenas de sexo, vocabulário inadequado ou violência explícita. Com meus 52 anos, parece que está faltando uma advertência dessa antes dos telejornais para minha faixa etária....
* Joseph Conrad, em Coração das Trevas. Francis Ford Coppola e Marlon Brando em Apocalipse Now.

Nenhum comentário:

Postar um comentário