quinta-feira, 25 de julho de 2013

Festa Julhina


Ronaldo Amorim

E lá se foram Santo Antônio, São João e São Pedro, os santos juninos com suas evocações de fogueiras, terços e quentões. Me lembro de um tempo em que havia essas comemorações e a gente saia pela cidade para procurar essas festas. Entrávamos na cara-dura mesmo, de penetra, mas nem nos sentíamos invasores, pois éramos empre bem recebidos.
Depois me lembro de um antigo Grupo de Jovens (deviam ser os anos 78 ou 79, o Grupo era o SUCCCATA) e a meninada inventando de fazer uma quermesse com o tema junino. O casamento caipira foi dirigido pelo Milton Queiroz e eu que morria de vergonha de aparecer, acabei encenando o juiz. Antes da Festa, saímos numa caminhada, devidamente caracterizados de caipiras, chamando para a festa.
Depois, ali por 1984, o Grupo de Jovens era o SAFRA e a Festa Junina estava muito melhor. Eram os tempos do Tiãozinho Presley, Salminho, Aninha, Nazaré, Wilsão e tantos outros. A Festa já era na Quadra das Obras Sociais, chamada de Quadra do Padre. O Grupo caprichava demais na ornamentação que consumia semanas de preparação. Várias barracas com comidas típicas, pipoca, quentão e muita animação. O bom mesmo eram as brincadeiras que o pessoal inventava. Havia sempre uma paródia em cima dos assuntos da atualidade: novelas, programa do Silvio Santos, artistas da época. E havia a quadrilha, concorridíssima. E apresentação de artistas de Itaú.
Mais depois ainda comecei a participar na organização. E apareceram o Carlinhos, o Joel, o Denão (e mais tantos outros). E foram tempos muito divertidos, de muitas amizades e muitas realizações. A criatividade era a marca registrada da festa e chegamos a promover um show com Saulo Laranjeira e o violonista itauense Gilvan de Oliveira, que atraiu pessoas de toda a região. E tem muitas histórias engraçadas, como o dia em que o Nilvo e o José Ventura foram anunciados como uma dupla sertaneja da época, Rudy e Roney, e se apresentaram no palco dublando. Aí apareceu um fã da dupla e eles tiveram até que dar autógrafo, fingindo serem os caras. E teve o dia em que foi feito um bingo com cartelas especialmente preparadas para que todo mundo enchesse a cartela ao mesmo tempo (e todos ganharam um saquinho de pipoca). Havia os concursos de ver quem comia mais, ou quem comia mais rápido. Era demais.
Agora, em 2013, um grupo (que eram jovens naquela época se propõe a realizar uma nova versão da Festa Junina do Grupo de Jovens. Pedra cantada há muito tempo, resultado de várias tentativas e desejos, quem sabe dessa vez a Festa sai mesmo? Já tem até data, mas infelizmente, não vai ser na Quadra do Padre. Agora, eu garanto, se tiver a animação e criatividade daquela turma, vai ser uma delícia relembrar aqueles tempos . E os mais jovens poderão perceber que a tradição pode ser mantida, e com imaginação, ela pode ser divertida. Nossa cultura agradece.

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